Vantagens e desvantagens de morar no Interior do Rj
Em Agosto de 2017 alugamos nosso apartamento no Rio – Capital – e fomos para o interior, mais precisamente Muriqui, uma cidade pequena dentro do Município de Mangaratiba. Detalhes desse momento, aqui nesse post.
Não pesquisamos locais, não analisamos nada. Meus pais, aliás, toda a família, tem casa lá e vamos para lá desde sempre. Há mais de 20 anos meus pais tem comércio e trabalham na cidade e por isso nem cogitamos outra hipótese. Arrumamos a mudança e fomos.
Estamos, portanto, há praticamente 6 meses aqui, morando e esses são nossos últimos dias de Muriquenses. Como nunca podemos dizer nunca, ainda mais com raizes tão fortemente fincadas aqui pelos Souza Lima, vamos nos despedir em breve e não sabemos se um dia voltamos.
Ontem, ao conversar com uma amiga pelo Whatsapp refleti rapidamente sobre o fato de ficar ou não aqui, ao invés de ir embora. Será que não seria o caso de apenas viver aqui? Num local mais tranquilo e sem a violência do Rio? Numa cidade pacata, quase esquecida… onde os dias correm bem lentamente, a chuva bate na janela e o sol reflete de todos os lados entre o mar e a montanha. Seria uma opção, sim.
Seria uma opção viver aqui, tocar os negócios do meu pai, o Ale ajudaria a minha mãe quem sabe, e a Valentina viveria tranquilamente.
A questão é que eu sei o que existe pelo mundo, eu sei as possibilidades que existem por ai, e acho muito limitante eu não proporcionar tudo isso a ela. Deixá-la viver aqui, frequentar uma escola mais fraca, viver numa cidade tão limitante e com pessoas que não tem muito a acrescentar, e poucas crianças ao redor. Vejam bem: não é preconceito, é realmente muito diferente a criação de uma criança no interior, pelo menos num interior tão pacato e tão limitado quanto aqui. Não temos nada de cultura, não temos nada de entretenimento (NADA MESMO!), o mercado praticamente não tem nada além do básico. Faltam opções de sair para jantar ou almoçar ou até tomar um café e relaxar.
Então, nos restaria sair daqui para fazer qualquer coisa, ou ter qualquer vida social precisaríamos ir a cidade “civilizada” mais próxima, que é Itaguaí, mas confusa, quente, lotada de pessoas e também muito limitada. E ai, nos restaria Campo Grande ou Santa Cruz, já maiores e com (pelo menos) um shopping para frequentar. Só que para chegar até lá enfrentamos uma Av. Brasil cada dia mais violenta, um caminho que nem sempre é tranquilo, e passamos sufoco mental.
Aí é que está: Esse sufoco, essa dúvida, esse receio constante, essa aflição em pegar o carro e não ter qualquer controle do que vai acontecer no caminho, eu não quero mais. Porque isso leva a loucura. Leva a prisão. Leva a não querermos mais sair ou nos expor por medo do que possa vir a acontecer, mesmo que remotamente.
E apenas viver numa cidade pacata com uma criança tão esperta, tão especial e tão incrível como a Valentina é limitar os seus conhecimentos, sua vivência, suas experiências, suas expectativas e seu crescimento enquanto pessoa, enquanto cidadã, enquanto ser humano. Não gostaria que ela passasse a infância e adolescência aqui. Não há o que fazer, não há o que explorar. Então, apenas ser uma cidade em que temos sossego e vivemos bem, não resolve. Eu quero mais para ela, e quero mais para mim.
Quando nos tornamos mãe, muitas vezes queremos o melhor para os nossos filhos apenas, mas eu também penso no que eu quero para MIM. Tenho apenas 36 anos, e não quero me encafifar aqui. Tenho muito o que viver ainda. E até que eu realmente precise vir para cá e tocar os negócios da família, quero ter uma vida mais ampla e com mais vida e mais horizontes abertos, mais dinamismo e opções.
Então, não é uma opção nesse momento morar aqui. Sei que em alguma hora da minha vida, e espero que demore mtoooo, eu terei que assumir ou tocar o que temos aqui e que tanto nos orgulhamos porque sabemos o quanto meus pais lutaram para conseguir. No entanto, até que essa hora chegue, ainda preferimos tentar outras possibilidades, outros horizontes.
Por enquanto é isso… e esse post serve para nos lembrar do porque nossas decisões foram tomadas. Adoramos a cidade, a paz do dia a dia (com exceçao de domingos e feriados) e amamos conviver tão pertinho com meus pais e a família que aqui e ali se esbarra… mas por enquanto, vamos partir.
Até breve, povo! Tá chegando a hora!!!
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