Maternidade x Sanidade x Felicidade (nov de 2017)
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Matenidade x Sanidade x Felicidade
Ontem pelo WhatsApp uma amiga querida me colocou no grupo das pessoas insanas. Dentro de um contexto de maternidade outras amigas seriam sãs, eu não. ?
A principio, eu levei na brincadeira, mas fiquei refletindo a respeito.
Refletindo, não, meio que ruminando a coisa.
Por que eu seria considerada insana após a maternidade?
Por que logo agora que eu me vejo numa fase super boa, super estável, super tranquila, e sem duvidas a fase mais sã da minha vida, eu estava sendo colocada no grupo dos “insanos pós maternidade?”
Eu sei. Eu não deveria levar isso a sério. Mas aqui estou eu.
Essa semana fui me encontrar com o Marcos, que cuida do meu dinheiro que está aplicado na Unifinance e durante uma boa conversa, eu dizia o quanto eu queria viver com menos. Menos de tudo. Não, não tô radicalizando para virar monge. Mas diariamente eu vejo tudo ao meu redor e me incomoda. Tantas coisas, tantos itens. Tantos instrumentos. Tanta roupa. Tanto brinquedo da Valentina. Juro. Todos os dias eu olho para determinadas coisas e penso: eu não preciso disso para viver. E a vontade de REDUZIR COISAS aumenta. Diante disso, ele me recomendou assistir um Documentário no Netflix chamado MINIMALIST.
Assisti ontem. Super bacana. Poderia ser melhor enquanto documentário, mas é um bom start de raciocínio e conversa do assunto. E recomendo parar uma hora e meia pra ver porque é bem leve. Claro que tudo e um processo, mas só o fato de me incomodar já me incentiva a parar de adquirir. Ou reduzir o que se tem. Sem extremismos, porque nada que é muito radical é saudável.
Em seguida, comecei a dar um Google em project 333. Não sei exatamente do que se trata, mas sei que são mulheres dispostas a viver com menos roupas, o que não significa que elas andem mal arrumadas. Apenas viver com menos. Com o necessário. E estou começando a dar uma olhada nisso também.
Enfim… estou num momento de muita reflexão interna. Encarando meus piores defeitos, minhas características ruins, e disposta a mudá-las . Reconhecer e um passo muito importante. Eu já melhorei muito, mas diante das críticas de pessoas muito amadas, inclusive do pai da Valentina, resolvi abraçar melhor a causa e me esforçar para ser uma pessoa melhor, até mais equilibrada, mais sã. Então, vem bem a calhar essa reflexão toda.
Mas a sanidade a qual eu me refiro no post, lá no início, é uma referente as decisões da vida.
Já que esse é um blog para mim, e no qual eu estou disposta a discorrer sobre meu momento de vida, vou elencar meus últimos anos, para que eu não esqueça desses detalhes e me orgulhe sempre deles, lá na frente, no long run. E se você não me conhece, não conhece a minha história, vai saber mais detalhes, aliás, mtos detalhes agora. Senta aí!
1- há exatos 10 anos, em 2007, eu estava morando em Angola e comecei ali meu pé de meia. Vendia roupas , sapatos, trabalhava, e me virava para juntar uma grana que nos mantivesse por lá por 3 meses , inclusive a minha passagem, enquanto o meu ex marido trabalhava e ganhava e juntava a grana maior. Acho que aí eu comecei a aprender a me virar bem.
Em 2008 coloquei um dinheirinho no meu primeiro fundo de investimento. Não, não tem nada a ver com a bolsa. Por sorte um padrinho nosso de casamento era um grande economista e nos deu um bizu otimo, e seguimos. Até hoje agradeço (in memorian) a ele. Foi um diferencial na minha vida. E se vc quiser ajuda, eu indico o Marcos Macedo, na Unifinance, que citei acima. 🙂
2- em 2008 comecei minha vida profissional com os casamentos.
3- em 2010/2011/2012 com a agenda lotada, eu tinha total consciência que estava vivendo os melhores anos de dinheiro da minha vida. Eu poderia estar pensando pequeno. Claro. Era o que me diziam: “não seja pessimista. “Mas eu não comseguia ver como poderia ficar melhor dentro do meu ramo de atuação. E aí, eu comecei a priorizar os gastos. Contra despesas bobas. E Priorizar sempre significou viajar.
Naquela época, eu e o Rafael, meu ex , trabalhávamos muito muito mtooo mesmo. Domingo, feriado, qq dia era trabalho. Até de madrugada. Tínhamos um certo foco de nos aposentar aos 40 anos. Rs parecia uma loucura mas para nos fazia sentido.
3.1 – havia um planejamento mental de em 2016 sairmos pelo mundo viajando.
4- Em 2012, nos nos separamos e a vida mudou. Mais custos. Mais viagens. Mas sempre busquei uma diversidade de investimento e buscava imóveis para abrir um negócio. Primeiro pensei numa casa de festas, mas a grana não dava. Depois, pensei num hostel e a grana também não dava. Mas aí eu achei uma casa lá no meio do Cosme Velho, com um acesso difícil, totalmente destruída, precisando de muita obra, e apesar de TODAS as pessoas terem sido contra a compra, eu a comprei.
5 – nos próximos 3 anos, eu vivi aquela obra. Sozinha. Não tinha arquiteto. Não tinha mestre de obras. A grana não dava. Eu tocava a obra, os casamentos, viajava e ainda juntava um dinheirinho aqui e ali.
Nao sei se está claro para quem lê, mas eu nunca fui a louca das compras, do shopping, do salão de beleza, etc. Não é meu perfil. Nunca fui de priorizar comer em restaurantes mega caros, nunca liguei para nada fancy. Minha família vem de origem humilde, nunca souberam o que é esse lado da moeda. E eu não cresci nessa realidade nem nunca me encantei por ela.
Também nunca fui a louca que devaneiava que teria uma cobertura na Vieira Souto. Até porque, de novo, não me enche os olhos. Não mesmo. E nunca quis carro importado, do ano. Tudo não vida são prioridades.
Enquanto isso eu tocava a minha obra, loucamente, e mais casamentos.
6- Em 2015, como eu não tinha muito mais coisa para fazer, tava de bobeira (hahahaha *ironia), resolvi abrir uma ramificação no mundo dos casamentos e criei a Studio Zig. A obra estava na reta final. E em 2016 eu abriria aquilo lá de qualquer jeito.
Nao, não era fácil. Eu chorava muitas e muitas vezes. Não eram poucas vezes. Aqui e ali eu me arrependia de tudo isso, de obra, de casa, de almofadas, de casamentos. Me perguntava como EU, uma pessoa, uma única pessoa, tinha conseguido me enfiar em tantas coisas. E o PORQUE de tudo isso. Porque tantas frentes? Queria eu provar algo para alguém ou era apenas ganância? Hoje eu sei que era apenas eu querendo aproveitar um bom momento financeiro, querendo me precaver que mesmo que tudo desse errado dali a 2/3 anos, eu conseguiria me manter de alguma forma. E conseguiria ter um filho, em algum dia, sem depender de ninguém.
Fases ruins. Fases de surtar. Nesses momentos, eu viajava.
7- Não vou entrar em detalhes, até pq são muito tensos e demoraram mto para serem acertados muito a contragosto da minha parte, mas ao longo do meu casamento compramos 2 apartamentos, e em 2014 acertamos também a partilha e eu fiquei com o apartamento da Tijuca. Mas tive que zerar minhas economias para isso. Raspar o fundo do pote. Fiquei arrasada.
8- Em 2016, finalmente, consegui terminar a casa, sem economias, da forma mais bacana que consegui. Ufa! Morri de orgulho mesmo! Finalmente em 22/01/1982 fiz um Open house e em seguida comecei a receber hóspedes. Finalmente , estava com essa pessoa arte da vida pronta e um peso enorme a menos.
9- ou seja, em 2016 eu tinha uma casa funcionando como hostel, um apartamento alugado por temporada, 20 casamentos para organizar em detalhes, e uma empresa de aluguel de almofadas, na qual havia um funcionário. O resto, era eu, sozinha. Como eu aguentava? Eu era só trabalho. 24 horas. E qdo eu conseguia uma brecha: viajava!
Sim, nessa época (de 2009 a 2016, eu era completamente insana!!!!! Muito mesmo! E eu sabia disso.)
10 – em abril de 2016 eu conheci o Ale, pai da Valentina. Como nada comigo e muito lenga-lenga já fomos morar juntos de cara. E em 12 de junho eu descobri que estava grávida de 2 a 3 semanas. Um choque! Um susto! Uma alegria mas um pânico!
11- Queria muito um filho, mas não via como tudo isso ia caber na minha vida. Ale sempre me ajudou muito, sempre foi o melhor parceiro que eu poderia ter. Abraçava tudo. Casa, hospede, almofada, carregava troço pros casamentos. É claro, sempre brigamos muito também em função de toda essa loucura. E eu surtei muito ao longo da gravidez para conseguir processar que agora eu, autônoma, com esse montareu de coisas, ainda teria um filho. E me frustava porque eu sempre imaginei que seria uma gravidez linda, com yoga, tratamentos estéticos, dieta, nutricionista. E a realidade foi bem diferente.
12 – Sai lá da casa do Cosme Velho, com o coração partido em outubro de 2016. Por questões práticas, decidimos morar na Tijuca. Mais central. Reformei o apartamento todo , moveis novos, obra , etc. Nos mudamos em agosto de 2016. Achamos que moraríamos ali por diversos anos.
13 – Enquanto isso, a casa do Cosme Velho carinhosamente chamada de Kuara) foi alugada, num contrato de 30 meses para meu grande alívio e felicidade.
Foi um ano bem menos corrido de casamentos, mas ainda assim, cheio de trabalho, e a delícia de organizar enxoval, preparar tudo para a chegada dela. E curtir a gravidez. Dentro do possível. Rs
Consciente ou inconscientemente de uns anos para cá, desde que me separei, sempre brinquei que procurava um pai para ter um filho. Alguém que quisesse ser pai, independente de ser marido. E me preparei financeiramente para esse momento. Não juntei cash nenhuma grande fortuna, mas construi um patrimônio para “segurar” um tempo de afastamento de mercado, já que a função de cerimonialista e decoradora exige muita dedicação, organização e tempo.
14- Valentina chegou em fevereiro de 2017. Uma explosão de amor e de carinho invadiram o meu peito. Não existe nada no mundo que se compare a esse sentimento.
15- Empaquei nesse tópico por alguns segundos. Não sabia bem o que escrever. Mas a vontade de reduzir o ritmo me invadiu. Aquela correria toda, aquele monte de responsabilidades e aquela vida desesperada e insana da qual eu não me orgulhava não fazia nenhum sentido agora que eu tinha toda a paz da vida nos braços.
Juntando a isso, esse desejo de viajar e não estar aqui, e tudo o que eu escrevi nesse post que eu também comento sobre o vídeo do Casal Partiu vivendo uma vida nomade , e tudo o mais que está descrito nele, começou a imperar na minha cabeça . Vê lá tudo isso para eu não repetir novamente .. rs
16- Ale foi muito incentivador em todo o processo de irmos embora. Sempre apoiou, sempre colocou pilha e confesso que por causa dele eu embarquei nessa. E no fundo, deu uma certa paz perceber que o pai da minha filha acabou sendo essa pessoa que sempre incentivou que eu vivesse o sonho da minha vida : viajar o mundo. E que bom que foi ele, porque um cara cheio de amarras e salários e super emprego jamais toparia largar todo o conforto. Então, é aquele ditado: be careful what you wish. Ou seja, cuidado com o que vc deseja. No meu caso, apareceu um cara parceiro, companheiro para todos os perrengues e todas as minhas loucuras inclusive essa maior de todas.
17- então, em maio/ junho desse ano (2017) começamos o processo desmaterialização e desapego. Aluguel do apartamento em que morávamos, venda da Studio Zig, venda de acervo de peças de decoração e também venda de muitos itens do meu apartamento. Ufa! Mas, acredite, foi fácil, foi indolor… e olha: foi um Alívio!!!
18- 2 meses depois, em agosto, nos mudamos para Muriqui, interior do Rio para tentar uma vida mais calma, e com mais vida. Sem preocupação com violência, sem stress de trânsito e onde a Valentina pudesse passar muitos momentos livres . Ao mesmo tempo, com custos menores, tentar fazer um caixa. E aqui estamos nós!
Emfim, depois de tudo isso, você pode achar que eu sou sortuda, ou que eu sou maluca mesmo. Mas eu acredito veementemente que temos que seguir nosso coração, seguir o que desejamos, viver a vida, aproveitar mesmo porque é tudo muito passageiro. E se nesse momento o foco é me afastar de tudo isso, e tentar recomeçar em outro lugar, com outra vida, tentando ser mais leve , e por aí que estou seguindo.
Muitas mães por aí se anulam para viver a vida do filho. Outras mães continuam sua luta diária para dar o melhor para eles. Outras criam negócios, tomam coragem de fazer coisas diferentes do que o diploma lhes autorizava para ficar mais perto dos filhos ou para fazer um extra e viver de forma melhor. Outras simplesmente cagam e continuam suas vidas e não deixam de fazer nada por causa de filho.
O meu caso não é diferente de nenhum deles. A diferença é que eu quero viver o meu sonho. Viajar. Eu programei a minha vida para essas duas coisas: viajar por um ano. E programei o meu futuro para que eu pudesse ter uma vida mais próxima da minha filha qdo ela nascesse. E nesse momento, estou conciliando esses dois desejos: viajar e dar toda a atenção de mãe que ela merece. E, eu sei, é um privilégio imenso e me orgulho demais dele e por ter chegado aqui sozinha em tão pouco tempo.
Depois de tudo isso, me sinto muito mais leve e mais feliz! Não ter aquela tonelada de providências diárias. Aquele monte de responsabilidades. Ok. Eu ainda tenho muitas tarefas diárias. Finalizar os eventos desse ano, com todo o carinho que eu sempr fiz, até porque eu amo o meu trabalho. E claro muito trabalho em casa, com uma pequena elétrica que me dá muitas alegrias. E os planos para ao futuro de organizar tudo o que vem pela frente. Deu pra perceber que eu tô zero de bunda pra lua.
O retorno que eu tenho de muitas pessoas é que todas elas têm vontade de fazer o mesmo, de ir embora, de viver mais, de dar mais sentido à vida. Masssss, sempre esse maaaassss… não fazem por causa disso, disso, disso. Muitos argumentos. Mtos “problemas”. E me dizem sempre: “Pra você da, mas pra mim, não da.” Como se os problemas e providências delas fossem maiores .
Cada um com seus argumentos. Não estou aqui para julgar. Diante de tudo o que eu mostrei acima, fica bem nítido que eu poderia me valer de milhares de desculpas para não seguir adiante. Afinal, eu era alguém absolutamente lotada de coisa e decisões a serem tomadas diariamente. E ainda assim, cá estou eu: praticamente livre de tudo isso.
Então, me desculpe, mas se vc realmente QUISER, QUISER em maiúsculas, dá sim!!!!
Sem dúvida, dentro de mim, me sinto mais centrada e absolutamente feliz e realizada pelo rumo e pelos passos que estou tomando para mim, pela minha filha, e para dar um novo rumo a minha felicidade.
Se você leu até aqui, agradeço pelo carinho.
Se me achar insana, ainda assim, pode comentar, tá?
Opiniões são sempre bem vindas. Sem opiniões o blog é mto chato!
Tomara que a nossa história inspire você a priorizar o que você ama na vida e dar foco para atingir o seu objetivo.
Seja ele qual for.
beijos super sãos,
Carol
(texro de 2017 de outro blog que esta aqui para ser recuperado)
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